sábado, 29 de outubro de 2011

José Aras no Educandário

Se Educandário, num sertão que é do Conselheiro, quais papeis, nas salas de aula, a folhear ou umedecer com o suor de quem empunha o lápis? Como conhecer aquilo / aquele que se é? E por quê?

Dessas inquietações, nasceu em fevereiro deste ano letivo um projeto de Marco Antonio Santana Carneiro (Diretor), No Sertão do Conselheiro: Conhecendo o Meu Lugar, para “ampliar o aprendizado acerca do município de Euclides da Cunha, consolidando os conhecimentos adquiridos através de informações advindas desde a época do seu surgimento, enquanto Arraial do Cumbe, até os tempos atuais (pós-emancipação)”.

De modo interdisciplinar, num estudo das relações de identidade e pertencimento com a região; atividades sobre o município – inicialmente de leitura e de interpretação de textos informativos – foram elaboradas, durante as últimas unidades, a partir da obra¹ de José Aras (in memorian), seleto pesquisador euclidense cujo ideal se destaca na apresentação de seu trabalho:

“[...] Minha intenção é tornar nossa terra mais conhecida e estimular estudiosos para que busquem novos subsídios, e seja a cidade de Euclides da Cunha compreendida e amada pelos seus filhos, para ser o abrigo de prosperidade de todos aqueles que nela mourejam”.

Em linhas gerais, o desenvolvimento e a aplicação do referido projeto nos entregaram a certeza de que existimos porque antes de nós existem as páginas, ou as expectativas que o lápis resguarda: espécie de missão, quanto a “ser”.

Não obstante, faz-se necessário destacar a visitação, a nossa escola (em 20 de outubro de 2011), de alguns dos descendentes do autor estudado; ocasião em que estes nos doaram  mais de 1.000 exemplares do livro referencial do projeto que, por culminância, suscitou a II Feira Cultural (de 26 a 28 de outubro de 2011), com título homônimo. Até mesmo porque, segundo o Diretor:

“Esse é o objetivo da escola: trazer o conhecimento, fomentar o conhecimento e consagrá-los [os alunos] enquanto difusores da cultura e, principalmente, da cultura local. Esse é o grande objetivo do Educandário Oliveira Brito e, enquanto nós estivermos aqui, essa é a nossa missão”.



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¹ARAS, José. No sertão do conselheiro. Salvador: Contexto e Arte, 2003. 376 p.

Um comentário:

  1. Trabalhar com questões identitárias e de pertencimento à terra natal é, sem dúvida, um ganho significativo para todos os envolvidos no projeto. Assim, o trabalho pedagógico desenvolvido ao longo do ano letivo de 2011 ganhou "vida" e significado, valorizando sobremodo a construção do conhecimento.

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